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O que tem de diferente na casa de Zuckerberg que a faz ser igual a do Homem de Ferro?

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Um bilionário controla uma grande empresa do setor de tecnologia e cria uma casa totalmente equipada com inteligência artificial, que obedece a comandos de voz e faz tudo para você. A esse complexo sistema, ele dá o nome de Jarvis.

Não, não estamos falando do Homem de Ferro (Tony Stark). Estamos, na verdade, diante do mais puro exemplo da realidade imitando a ficção: tudo isso é parte da casa de Mark Zuckerberg, dono do Facebook.

Em um projeto pessoal que levou cerca de um ano, Zuckerberg criou o próprio Jarvis (mesmo nome do sistema operacional da saga “Homem de Ferro”), onde controla diversas funções como luzes, temperatura do ar-condicionado, aparelhos domésticos, música e câmeras de segurança, tudo pelo celular e pelo notebook.

“Ele usa várias técnicas de inteligência artificial, incluindo processamentos de linguagem natural, reconhecimento de fala, reconhecimento facial e aprendizado de reforço”, explicou o CEO do Facebook.

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Jarvis da vida real

Em janeiro deste ano, Zuckerberg quis se propor um desafio: criar um sistema de inteligência artificial usando as ferramentas de codificação do Facebook.

Para isso, se concentrou no Bootcamp, um programa intensivo que todo engenheiro contratado da empresa deve passar para conhecer a fundo a extensa base de códigos de programação dos produtos do Facebook (que incluem Instagram, Messenger, WhatsApp, etc...).

Após passar um total entre 100 e 150 horas focado neste projeto, contando com a ajuda de vários engenheiros de software que trabalham no Facebook, Zuckerberg criou uma versão pessoal de inteligência artificial para sua casa.

É “algo parecido com o serviço Alexa”, diz artigo da revista de inovação Fast Company, que visitou a casa, comparando-a ao assistente de voz da Amazon voltada para serviços domésticos.

O sistema permite que tanto Zuckerberg quanto sua esposa, Priscilla Chan, usem aplicativos de seus iPhones (ele pretende criar o mesmo para o Android em breve) para ligar e desligar luzes, reproduzir música no Spotify a partir de preferências pessoais, ligar a TV da marca Samsung, abrir o portão para os amigos, fazer torradas e até mesmo passar os primeiros ensinamentos de mandarim à pequena filha do casal, Max, de apenas um ano.

Quando o Jarvis não compreende algum comando, diz a seguinte mensagem: “Me desculpe, Priscilla. Temo que não possa fazer isso”. “Eu também queria aproveitar pra fazer algo divertido”, brincou Zuckerberg.

Sistema de reconhecimento no Facebook Messenger

Boa parte das aplicações do sistema de inteligência artificial foi estruturada no app Messenger, o bate-papo do Facebook, a partir de um desenvolvimento específico de programação. Os comandos obedecem apenas à voz de Zuckerberg e Chan.

“O Messenger tem uma estrutura simples para a construção de bots”, ou seja, que simulam ações humanas e obtêm um padrão a partir de repetições, diz Zuckerberg. “Ele gerencia muitas coisas pra você, como identidades e permissões para diferentes pessoas e muito mais”.

A aplicação que o CEO menciona é a API do Messenger, que permite a construção de bots por engenheiros especializados.

Códigos de programação

Apesar de toda a complexidade do sistema que ajudou a criar, Zuckerberg afirmou que a experiência “foi mais fácil do que eu esperava”. O complicado, para ele, foi se comunicar com todos esses sistemas depois que tudo ficou pronto.

“Antes de poder construir qualquer codificação de inteligência artificial, tive que escrever códigos para conectar esses sistemas, que se ‘conversam’ a partir de diferentes linguagens e protocolos”, explicou Zuckerberg em um post no Facebook.

Ele descobriu que mesmo eletrodomésticos que usam conexão à internet dificilmente se integram à codificação que ele desenvolveu. Por exemplo, ele queria uma torradeira que empurrasse o pão para baixo quando estivesse desligada. “Acabei encontrando uma torradeira velha dos anos 1950 e consegui arrumá-la com um interruptor ligado”. Esse interruptor é conectado ao aplicativo, e o que era velho se torna modernizado, obedecendo aos comandos de voz de Zuckerberg e de sua esposa.

Futuro da ‘internet das coisas’

Será que em um futuro próximo outras casas terão um sistema Jarvis próprio, parecido com o de Tony, quer dizer, Mark Zuckerberg?

“Para que assistentes como o Jarvis possam controlar tudo nas casas de mais pessoas, precisamos de mais dispositivos que possam estar conectados entre si. A indústria precisa desenvolver APIs (interfaces de programação de aplicativos) e padrões comuns, para que os dispositivos conversem melhor entre eles”, diagnosticou Zuckerberg.

Então, o próximo passo para a internet das coisas está nas mãos, ou, melhor, nos códigos de programação do Facebook? Por enquanto, vamos apenas torcer para que Zuckerberg não invente uma armadura.

Histórias e invenções do CEO do Facebook


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